É preciso não ter medo

Hoje, 29 de novembro de 2010, eu e meu grupo de TCC completamos 5 anos de formados. Parece ontem, que estávamos lá, os nove (sim, o grupo era imenso, nove pessoas), ansiosos, naquele fim de novembro de 2005, fazendo nossa defesa, ouvindo questionamentos, críticas, elogios e, acima de tudo, aguardado o veredito. Foram 90 minutos de defesa, mais 28 de exibição do documentário, e então, os quatro anos de faculdade se encerravam ali, naquele instante, quando recebêsseos a nossa nota. Parecia até que o mundo tinha parado naqueles 120 minutos.

E aí que chegou a hora derradeira. E quando veio aquela nota 10,00, de repente, todo o perrengue que passamos ao longo daquele ano se desfez e se transformou em alívio e satisfação. A foto aí de cima, mostra os nove ouvindo nosso orientador falando, fazendo suas considerações finais, instantes antes de revelar nossa nota. E agora é tão engraçado olhar pra trás e ver como cada um seguiu seu curso, e que a maioria tomou caminhos distintos. Tenho muita saudades de cada segundo que passamos juntos, mesmo dos de tensão e bate-boca (que não foram poucos), mas que sei que, bem ou mal, contribuíram muito para fazer de cada um de nós o que nos tornamos hoje.

Dos nove, com um perdemos todo e qualquer contato, e com duas temos notícias espaçadas, mas sabemos como vão seguindo. O balanço é que: 3 casaram; 2 foram morar fora do Brasil e voltaram; 3 mudaram de área; 2 trabalham juntos; 3 compraram casa própria; 1 ganha mais de 15 mil reais por mês (hahahahahaha)

Parabéns a nós por esses 5 anos percorridos e que venham tantos outros cinco e que tenhamos cada vez mais sucesso, que consigamos manter sempre esse carinho um pelo outro e que, acima de tudo, todos possam em breve estar ganhando 15 mil reais, como eu – ahahahahaha.

É uma data que eu não poderia deixar de registrar e de compartilhar aqui no blog.

Abaixo segue a carta que eu escrevi aos membros do grupo e que entreguei no dia da nossa defesa:

Oi gente,

tudo bem?! Minha real intensão era escrever uma carta dessa, única e de próprio punho pra cada um, mas vocês bem sabem que o nosso TCC só ficou pronto na ultíssima hora e, além disso, eu ainda curso outras nove matérias (três das quais tive as provas finais hoje).

Muita coisa aconteceu nesse semestre e, bem ou mal, sinto que cada um de nós amadureceu bastante. Muitas mudanças na vida de todos: umas terminam namoros longos, algumas reatam, outras trocam de namorado. Algumas que iniciaram suas carreiras na área, ainda que como estagiárias. Há o caso dos desempregados como eu – hehehe… =D

Valeu muito a experiência, ainda que com tantas discussões, gastos, obstáculos etc. Acredito muito no nosso potencial, tenho noção de que fizemos um trabalho de qualidade e que cada um dedicou tudo o que pode a esse trabalho.

A maioria de vocês eu nem sequer conhecia, no sentido de fazer trabalho juntos. Com a Erikinha mesmo, foi a primeira vez que fiz algum trabalho com ela. O caso da Isa e do Renan, fiz o primeiro trabalho com eles no semestre passado. Já os outros, uns mais e outros menos, já tinhamos feitos algumas coisas ao longo do curso. Foi uma aventura o que fizemos, muitos diriam que é loucura. Talvez! Mas juntamos nove pessoas, totalmente distintas, no maior grupo da nossa sala, num tema ousado e num trabalho extremamente caro. Mas nós enfrentamos esse desafio, e vejo que, apesar dos tropeços no meio do caminho, concluímos nossa meta.

Foram inúmeras brigas e discussões (coisa que eu previa que iria acontecer), acho que no fim das contas, só não me indispus com a Van e o Willian. Sei que tenho um gênio do cacete, que sou autoritária, gosto de dar a última palavra sempre, quero as coisas sempre do meu jeito e vejo que esse é um enorme defeito que tenho. Por me conhecer tão bem, sabia que trombaria com muita gente ao longo do semestre. Não estou aqui pra me desculpar, nem nada do gênero, afinal, como diz o seu Cícero “quando a gente tá dentro do processo, a gente não enxerga o que deveria enxergar”. Sou impulsiva, passional, falo tudo o que penso. Sei que errei pra cacete, que muitas vezes fui injusta, mas também estou ciente de que esse meu jeito acaba gerando acertos.

Por estar fazendo muitas matérias junto com o TCC, pude contar com o auxílio de algumas pessoas do grupo em outras matérias, e essas ajudas me foram vitais e extremamente “salvadoras”. Sei que fiz um TCC com gente de excelente caráter e isso é algo que quero levar comigo sempre. Solidariedade é algo valiosíssimo e eu vi que posso contar com vários de vocês.

Tive vários picos de stress, muitas vezes pensei que não ia aguentar, mas chegamos ao fim. Acredito que depois de nos formarmos, com alguns vou perder quase que todo o contato, mas torço para que eu ouça sempre falar que cada um dessee grupo teve uma carreira promissora e bem sucedida.

O TCC me revelou muitas boas surpresas, assim como tive algumas decepções, mas o importante é que todos sobrevivemos e acredito que saimos dessa mais forte do que entramos.

Sei que é chover no molhado, mas passei muitas horas do meu semestre ao lado da Silvia. Ficamos uma semana na Bahia, “dois” dias no Rio, fomos pra Campinas, além de estarmos juntas em quase todas as externas. Descobri uma menina que mergulha de cabeça no que faz. Come, bebe e dorme o tema do trabalho. Não para de ler qualquer virgulinha que fale a respeito e tem uma dedicação que às vezes me dava até medo. Tivemos os nossos desentendimentos, gerados por momentos de puro stress, mas sei que as horas boas e divertidas, com certeza, ficarão gravadas muito mais fundo nas nossas memórias.

Eu me cansei demais na produção desse trabalho, mas não há como negar que aprendi muito e me diverti bastante. Todas as viagens foram descontraídas e deliciosas. Cada uma das horas na ilha de edição com o Paulinho implicando com a Silvia, imitando a musiquinha do saxofone, repetindo a fala da Rose “poesia na luta!”, cantando a música do Milton Nascimento ou o Bonde da Orgia dos Travecos foram impagáveis e eu não as trocaria por nada.

Cada reunião com o grupo antes das reuniões com o Paulo Ramos. As concordâncias e discordâncias. A Vanessa se maquiando pra cada um dos nossos encontros com o orientador, apoiada sempre de perto pela Martha. Paulo Ramos com blusão do Scooby-Doo. O dentista-torturador do Renan – hahaha – isso sem falar no diário do pai dele, que estava mais certo que todos os livros de história. =D

Foram muitas coisas boas que aconteceram, que hoje, findo o trabalho, eu vejo que foram muito mais importantes que as discussões que tivemos. Eu só queria dizer, com toda a sinceridade do mundo, que foi um prazer fazer TCC com vocês.

Espero que a gente se encontre muito no mercado e parabéns a cada um de nós.

um beijo grande da estourada que fala alto (num volume mais 3, segundo Paulo Ramos)

Foto querida: Meu pai, Sil, eu, Guiomar da Silva Lopes (fonte), mãe, Cícero Vianna (fonte) e esposa

Sobre Tayra

"Eu não aceito o que se faz Negar a luz, fingindo que é paz A vida é hoje, o sol é sempre Se já conheço eu quero é mais"
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2 respostas a É preciso não ter medo

  1. diz:

    Ownnnn, me fez lembrar do meu! Ano que vem vou fazer 10 anos de formada! E no meu TCC tiveram inúmeras brigas também. :-(
    Eu nunca imaginei que sentiria saudades de um momento desses, mas sinto viu? Bastante!

  2. t4yra diz:

    Eu faço 10 em História no ano que vem também… =P

    E é assim mesmo, quando tá ali no meio, conta os dias pra acabar, mas depois que passa, parece que resta um vazio, né!

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